sexta-feira, 2 de março de 2018

Challenge 3000 OZ Energia

18 dias depois de ter corrido pela última vez, voltei a equipar-me e a calçar os ténis. E fui directo para uma prova. É certo que eram só 3 quilómetros, mas é uma prova, com dorsal e ofertas e coisas.

A manhã começou atribulada. Como ia para a prova depois do trabalho levei carro para Lisboa e ele começou a dar-me exactamente os problemas que me tinha dado no dia em que não fiz a prova de Peniche. Há ali um misto de algum desleixo meu a controlar o líquido do radiador vs uma possível fuga que esteja a fazer com que ele entre em sobre-aquecimento. É certo que a maioria das viagens que faço com ele no dia-a-dia são curtas, mas começa a ser sina isto acontecer em dias de prova. Reposto o líquido o resto das viagens correram bem, sem qualquer stress.

Carrito, tu tens reparado nos concertos que eu vou assistir este ano? Desculpa, mas não sobra qualquer espaço para reparações no orçamento, tá? Obrigado.

O que parece é que isto foi o mote para o dia em que "chateado" é a palavra de ordem. No trabalho houve uma série de chatices que são para esquecer. E na prova a coisa não correu melhor. À chegada ao Jamor andei demasiado tempo às voltas para perceber onde se levantavam os dorsais, recebi indicações incorrectas de seguranças em relação aos sítios onde podia estacionar e ainda levei um raspanete de outro segurança por ter tirado esta foto.

Porquê? Depois de levantar o dorsal fui cumprimentar um amigo meu, elemento da Federação Portuguesa de Atletismo e que estava a ajudar a preparar o espaço da prova. Eu estava, aparentemente, num local proibido: junto à pista onde dentro de menos de uma hora iria estar a correr. E o segurança ainda questionou se eu ia mesmo fazer a prova porque eu não estava equipado, apesar de ter a sweatshirt da equipa. Pois não, meu caro, não estava equipado porque perdi demasiado tempo a chegar ali porque o seu colega segurança do outro lado me disse que não podia estacionar ao pé do estádio, portanto o melhor era deixar o carro nas piscinas e ir a pé até lá. E agora vou de volta para o carro e vou buscá-lo para o colocar no estacionamento enorme que existe à porta do estádio, ok?

Nota-se que eu conheço muito mal o espaço do Complexo Desportivo do Jamor?

O que era certo é que o espírito de prova era zero. Nada me fazia entrar na onda. Eventualmente mais próximo da partida lá fui falando com um conhecido destas andanças e fiz uma amizade de circunstância com o responsável por um projecto online que eu descobri quando tinha feito o Challenge no ano passado na Pista Moniz Pereira mas onde nunca me registei. Foi uma agradável conversa e fiquei a conhecer melhor o projecto. Durante o fim de semana registo-me, pronto.

Quando reentro no estádio, já equipado, o tal segurança vem ter comigo todo contente. É que olhando para a camisola da equipa ele já me tratava pelo primeiro nome e dizia ter vivido cá durante largos anos. Pediu-me inclusive desculpa por estar a fumar ao meu lado antes de eu fazer a prova. Provavelmente agora já poderia fazer fotos, pensei eu que tinha deixado o telemóvel no carro.

Duas voltas e meia ao estádio como aquecimento, umas fotos oficiais antes de partir e estava dado o tiro de partida. Literalmente, porque isto é uma prova à profissional. Aliás, eu continuarei a estar atento ao calendário de provas deste challenge, não necessariamente pela distância, mas porque correr em pistas de tartan é algo que me agrada e dá um cheirinho de profissionalismo a este pobre atleta amador.

Sobre a prova pouco há a dizer. Ia sem qualquer expectativa depois da paragem e mesmo só pela experiência de estar no Jamor. São voltas e voltas à pista, sempre com o speaker de serviço a dar ânimo a cada passagem pela meta, dizendo os nossos nomes e equipas e os tempos de prova. Ao lado dele um juiz com mais uma (ou duas?) a controlar as passagens pela meta e a indicar a todos quantas faltavam para terminar. E caso achem que isso é enervante ou irrelevante, acreditem que não é. São sete voltas e meia para completar os 3km e uma pessoa pode perder a noção de quantas já fez. Eu optei por nem sequer olhar para o relógio e mantive um ritmo que era ligeiramente desconfortável. Ou seja, estava a tentar puxar por mim para ver até onde conseguia ia e tentava focar-me no atleta que ia à minha frente para o tentar apanhar.

Sete voltas e meia. Eu sabia quantas voltas eram. E estava a contá-las, tal como os juízes da prova. Achei estranho quando me dizem que faltam duas, mas como um dos atletas mais rápidos tinha acabado de me dar uma volta de avanço achei que a indicação era para ele.

ÚLTIMA VOLTA, gritam-me quando passei na meta na vez seguinte. Aqui não havia dúvidas, era comigo que estavam a falar. Mantive o ritmo e continuei. Ao entrar na recta da meta diz o speaker que lá vem o atleta a terminar a prova. Olho para o relógio e penso: "Era bom, era..."

E ao passar a meta dão-me os parabéns e desviam-me para ir buscar uma água e para não perturbar a prova de quem vinha mesmo atrás de mim. E fiquei como? Chateado, pois claro. Olho para o relógio que marca 2,600km certinhos. Faltava uma volta, porra! Agarro na água e faço questão de concluir mais uma volta, pela pista de fora e em ritmo de descompressão já sem o relógio a contar.

Vou à procura de resultados, mas a folha onde estavam a apontar à mão já tinha ido para a zona de entrega dos dorsais mas ainda não estavam lançados no sistema nem impressos na zona das classificações. Desisti de insistir e vim-me embora que tinha ainda uma reunião importante na qual queria muito estar. Nem consegui encontrar ainda os resultados oficiais. Ainda estou a pensar se reclamo da situação. Este tempo - mais segundo, menos segundo - não é meu. E vai ficar bonito na classificação, mas não é meu. E isso deixa-me mais chateado do que o tempo que eu iria fazer, ali a rondar os 14:30, 14:40. Fica a nota que no Challenge anterior, em Junho, fiz 13:52.

Também estou chateado comigo que devia ter insistido, mas quando se tem toda a gente a dizer-me que já acabou e a barrar-me o caminho para não continuar, o que posso eu fazer? Hei-de reclamar, acho. Não sei. Entretanto ficarei à espera da divulgação do resto do calendário de provas para este ano. Agora quero ir ao Restelo, mas a avaliar pela desilusão de hoje é melhor nem me entusiasmar. Não sei onde mais haverá provas por Lisboa. Nos outros anos as provas foram também em mais zonas do país, mas já fica tudo fora de mão para fazer tão pouca distância.

Resumo da coisa: voltei aos treinos e entre aquecimento, prova e arrefecimento corri 4km
Domingo há mais.

Prova nº 77 - Challenge 3000 OZ Energia, Jamor 2018 - "3km" - 00:12:49

8 comentários:

  1. Isso seria um super tempo...
    Nas vezes que fui ao Challenge, nunca tal sucedeu. Estou a falar de se enganarem comigo, com outros não sei.
    Um abraço e boa corrida no domingo!

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    1. Seria. O meu objectivo é este ano tentar fazer este tempo completando as 7 voltas e meia...
      Abraço e obrigado! Estarei em Leião no Troféu das Localidades.

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    1. Obrigado pela empatia. No final da prova comentava outro atleta que aos 200 metros o corpo já lhe tinha dito exactamente como iria correr o resto da prova. Ora assim que eu cheguei ao Jamor tive um mau feeling e nunca senti aquele nervoso miudinho pré-prova que nos deixa focados e concentrados quer sejam 3, 42 ou 111 quilómetros. Enfim...

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  3. Estive agora a ver e não estás na classificação. Terão desclassificado o atleta que não cumpriu por culpa de quem o desclassificou...

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    1. Exacto. Reclamei ontem ao final do dia. Estava pronto para pedir simplesmente para retirarem o meu registo da classificação, mas não aparecendo sequer fiquei mais irritado e seguiu uma reclamação com outro teor.
      Em 76 provas é a terceira em que tenho problemas com a classificação.

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  4. É mau demais ... eu no alto da minha calma era menino para me passar. Não que adiantasse muito ... enfim. Daqui a algum tempo, esta história ainda via dar para rir ... "e quando eu fui ao ... e me barraram .... ". Vá ... toca a dar corda às sapatilhas.
    Aquele abraço

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    1. Foi chato, mesmo. Reclamar na altura não me iria valer mais do que algo como: "Eh pá, tem razão, desculpe lá, se ainda tiver pernas para isso pode repetir a prova se quiser na série seguinte". Eu não sou a Vera Nunes do Benfica que esteve lá e correu todas as séries como treino sempre a ritmo de 3 e pouco ao km.

      Domingo já voltei a correr, em prova, e correu muito melhor. Mais logo já escrevo.
      Abraço!

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